Foundation
Fundação reflete, como motif comum na obra do artista, sobre vidas anónimas passadas, e memórias cujo tempo e abandono roubaram.
Entre os dois tijolos brutos, matéria inequivocamente relacionada com o ato de construção, surge um conjunto de correspondências de finais dos anos 60 (found writings), remetentes de um imigrante na Alemanha, que escreve para a sua companheira em Portugal. Nestas cartas, destacam-se as conversas de um futuro conjunto, espelhado de esperanças e afetos, aspirações para uma vida iminentemente próxima e, contudo, arduamente longínqua para quem escreve. São estas intimidades partilhadas, frustrações e desejos, das quais o artista não conhece resposta, que sedimentam esta relação e unem duas forças afastadas pelo espaço, num primeiro plano original, e pelo tempo, numa segunda condição de redescoberta.
Foundation reflects, as a common motif in the artist’s work, on past anonymous lives and memories stolen from them by time and abandonment. Between the two raw bricks, objects unmistakably related to the act of construction, there is a set of correspondence from the late 1960s (found writings), from an immigrant in Germany who writes to his partner in Portugal. In these letters, conversations of a future together stand out, mirrored in hopes and affections, aspirations for a life that is imminently close and yet arduously distant for the writer. It is these shared intimacies, frustrations and desires, to which the artist knows no answer, that sediment this relationship and unite two forces separated by space, in an original rst plan, and by time, in a second condition of rediscovery.