Left(L)overs
Em “Left (L)overs” surge um evidente jogo de palavras com a ideia de deixar uma pessoa amada como quem deixa um “left over”, aludindo assim à imagem do que resta de uma relação falhada. Apesar da impossibilidade de ver o rosto do homem no plano, reconhecemos o seu esforço incessante em tentar sacudir o pó que se encontra repousado nas suas costas, como se cada pequena partícula representasse uma memória a esquecer. Contudo, e apesar da repetição da ação, cada partícula torna a cair sobre os seus ombros, tornando o gesto tão inútil como a insistência na sua repetição. A cada momento que uma nova tentativa é realizada ouve-se, abruptamente, o eco de um tiro, enfatizando uma vez mais o desespero do personagem sem identidade.
In Left (L)overs there is a somewhat evident wordplay with the idea of leaving a loved one as one does a “left over” and thus alluding to the remains of a failed relationship. Although unable to see the face of the man in the picture, we do recognize his efforts on restlessly trying to shake away the dust in his back, as if each particle was a memory to be forgotten. However, they each repeatedly end up falling on his shoulders once again, making the gesture as pointless as its repetition. Each time another attempt takes place, another sound of a gunshot is heard, enhancing once again the despair for relief of the faceless character.